O Peso da Escolha

O Peso da Escolha

Engraçado como, por mais que a gente tente racionalizar, certas escolhas parecem pesar na alma. Quando decidi que não podia mais ficar parado, sabia que enfrentaria resistência. Mas o que eu não esperava era a sensação estranha que veio depois. Não era arrependimento, mas um silêncio. Como se, ao dar um passo para frente, eu tivesse deixado para trás algo que nunca mais voltaria.

O problema de carregar o mundo nas costas por tanto tempo é que, quando você finalmente solta, percebe que nem todo mundo vai gostar disso. É confortável para os outros quando você está sempre ali, segurando tudo, resolvendo, sendo o suporte. Mas quando você decide mudar, as reações são as mais diversas. Alguns entendem, outros te julgam. E o que mais machuca não é a crítica dos que estão de fora, mas a frieza de quem você esperava compreensão.

É estranho. Sempre ouvi que cada um deve cuidar da própria vida, que ninguém pode viver pelos outros. Mas, na prática, parece que não funciona assim. O momento que você para de se sacrificar pelos outros, vira o egoísta. O momento que você escolhe se colocar em primeiro lugar, é visto como alguém que “mudou”. Mas mudei mesmo? Ou só parei de cumprir um papel que nunca deveria ter sido meu?

O silêncio que vem depois da escolha é traiçoeiro. Ele te faz questionar se valeu a pena, se você fez certo, se devia ter esperado mais um pouco. Mas eu sei que esperar mais um pouco é só desculpa para continuar no mesmo lugar. Eu já esperei demais. O tempo não volta, e o peso que carreguei já tirou mais do que deveria da minha vida.

A verdade é que escolhas têm um preço. Eu só preciso estar pronto para pagá-lo.

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