A Dificuldade de Reconhecer Meu Próprio Valor

Passei grande parte da minha vida sendo um apoio para os outros. Amigos, familiares, alunos… De alguma forma, sempre estive ali para incentivar, orientar, ajudar a enxergar caminhos que eles mesmos não viam. Isso sempre me trouxe um certo orgulho, mas, ao mesmo tempo, uma dúvida incômoda: por que sou capaz de ver e despertar o potencial dos outros, mas não consigo fazer o mesmo por mim?

Por muito tempo, tentei ignorar essa questão. Achava que talvez fosse apenas meu papel no mundo – um facilitador, alguém que ajuda os outros a crescer enquanto permanece no mesmo lugar. Mas quanto mais penso nisso, mais percebo que essa visão pode ser apenas mais uma armadilha da minha mente, mais uma crença limitante que venho carregando sem perceber.

Olhando para trás, vejo que sempre fui alguém que unia pessoas. Desde criança, naturalmente atraía grupos, inspirava movimento, incentivava os outros a desenvolverem talentos e a buscarem algo maior. Mas quando se tratava de mim, sempre havia uma barreira invisível que me impedia de reconhecer que essa mesma força existia dentro de mim.

E é aqui que a verdadeira batalha acontece: dentro da minha própria percepção. Aceitar que tenho valor, que meu potencial não é menor que o daqueles que ajudo, tem sido um processo longo e desafiador. Não basta apenas ouvir elogios ou reconhecer os resultados positivos ao meu redor – é preciso sentir, acreditar e agir com essa convicção.

Ainda estou nesse caminho. Ainda luto contra a sensação de que talvez eu esteja destinado a apenas impulsionar os outros, sem nunca encontrar minha própria direção. Mas se tem algo que aprendi até aqui, é que tudo pode ser transformado. A forma como enxergo a mim mesmo é apenas mais um dos muitos bloqueios que preciso superar.

E essa jornada, de aprender a me valorizar tanto quanto valorizo os outros, pode ser a chave para finalmente sair do lugar.


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